segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Robert Walsh 1828

Certo dia, em companhia de um amigo, parei numa venda na estrada de Tijuca par comer alguma coisa. Vi alguns negrinhos brincando no quintal da casa, e entre eles um bonito menino de raça branca. Tinha um rosto delicado, cabelos claros e encaracolados, olhos azuis e uma pele tão branca como de um europeu.
Atraído pelo belo garotinho, afaguei-o por um momento e perguntei ao dono da venda se era seu filho. O homem disse que não, informando que ele era seu escravo, mas filho de um inglês, cujo nome mencionou para mim. Chocado e cheio de incredulidade, aventei a hipótese de seu pai ignorar que a criança vivesse como escrava; fui então informado de que o pai não só sabia do fato como tinha o costume, conhecido de todos, de vender seus filhos juntamente com a mãe escrava! Oh, meu amigo, é isso escravidão!



História de Thomas Inke revivida por um europeu no século dezenove, que vende a mulher que fazia as vezes de esposa, aumentando o seu valor ao vender junto com ela o seu próprio filho. (Robert Walsh 1828, I, p.164).